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A Região

Alcobaça

É uma cidade portuguesa da sub-região do Oeste, região Centro, com cerca de 17 770 habitantes. É o segundo concelho mais populoso da Comunidade Intermunicipal do Oeste e do distrito de Leiria.
A Cidade é composta pela freguesias de Alcobaça e parte das freguesias de Évora de Alcobaça, Prazeres (Aljubarrota), Maiorga e Vestiaria.
A Cidade de Alcobaça viu a sua polulação aumentar em 14% superando a média nacional. (Census 2011)
A cidade está localizada a 92 km a norte de Lisboa (124 km via A8, ou 110 km via IC2 / A1), e 88 km a sudoeste de Coimbra (114 km via A8 / A17 / IC8 / A1, ou 105 km via IC2 / A1).
É sede de um município com 408,14 km?2; de área e 56 676 habitantes (2011), subdividido em 13 freguesias. O município é limitado a norte pelo município da Marinha Grande, a leste por Leiria, Porto de Mós e Rio Maior, a sudoeste pelas Caldas da Rainha e a oeste envolve por completo a Nazaré e tem dois troços de costa no Oceano Atlântico.
É banhada pelos rios Alcoa e Baça, nomes de cuja aglutinação a tradição faz derivar o seu nome – o que está longe de ser consensual.
Foi elevada a cidade em 1995.


Chitas de Alcobaça

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Ao entrar nestes quartos, o hóspede ver-se-á rodeado de cores alegres que equilibradamente doseadas com o branco da cama, procuram criar uma atmosfera alegre e tranquilizante.
As chitas são um tecido de algodão estampado, cujo padrão podia ser composto por riscas largas claras ou escuras, com decoração variada onde constam pássaros, árvores, flores, frutos e figuras humanas orientais e europeias, cornucópias, ânforas e toda a fauna da Índia e Pérsia, estilizada em arabescos ou orlas. Obedecendo a cinco regras básicas: a repetição; a alternância; o estar no lugar certo, o desenvolvimento e a síntese. Os motivos decorativos são dispostos na vertical por forma a permitir a utilização do tecido em colchas, sendo essa a variedade mais célebre em Alcobaça.
No século XVI, laboravam em Alcobaça muitos teares que escoavam a sua produção pelos razoáveis acessos entre a vila e a capital, no entanto a tradição da tecelagem já vinha de longe como refere Gil Vicente na Farsa dos Almocreves:

Trazeis seis moços de pé
e acrescentai-los a capa
como rei e, por mercê
não tendes as terras do Papa
nem os tratos da Guiné
antes vossa renda encurta
com pano d’Alcobaça

Se os factos históricos não provam cabalmente a existência do seu fabrico em Alcobaça, a memória colectiva assim o reclama pelo uso frequente, que se fez e faz delas ao longo de várias gerações, em todas casas, das mais humildes às mais abastadas. Representam assim um pouco da nossa identidade colectiva e como tal da nossa cultua.


Batalha de Aljubarrota

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Decorreu no final da tarde de 14 de agosto de 1385 entre tropas portuguesas com aliados ingleses, comandadas por D. João I de Portugal e o seu condestável D. Nuno Álvares Pereira, e o exército castelhano e seus aliados liderados por D. João I de Castela. A batalha deu-se no campo de São Jorge, nas imediações da vila de Aljubarrota, entre as localidades de Leiria e Alcobaça, no centro de Portugal.
O resultado foi uma derrota definitiva dos castelhanos, o fim da crise de 1383-1385 e a consolidação de D. João I, Mestre de Avis, como rei de Portugal, o primeiro da Dinastia de Avis. A aliança Luso-Britânica saiu reforçada desta batalha e seria selada um ano depois, com a assinatura do Tratado de Windsor e o casamento do rei D. João I com D. Filipa de Lencastre. Como agradecimento pela vitória na Batalha de Aljubarrota, D. João I mandou edificar o Mosteiro da Batalha. A paz com Castela só viria a estabelecer-se em 1411 com o Tratado de Ayllón, ratificado em 1423.
A Batalha de Aljubarrota foi uma das raras grandes batalhas campais da Idade Média entre dois exércitos régios e um dos acontecimentos mais decisivos da história de Portugal.
Inovou a tática militar, permitindo que homens de armas apeados fossem capazes de vencer uma poderosa cavalaria. No campo diplomático, permitiu a aliança entre Portugal e a Inglaterra, que perdura até hoje. No aspeto político, resolveu a disputa que dividia o Reino de Portugal do Reino de Castela e Leão, permitindo a afirmação de Portugal como Reino Independente, abrindo caminho sob a Dinastia de Avis para uma das épocas mais marcantes da história de Portugal, a era dos Descobrimentos.


Calçado (Benedita)

Esta indústria é uma das imagens de marca da freguesia da Benedita. São várias as empresas que produzem calçado de grande qualidade para exportação. De entre as várias marcas aí representadas, destacam-se as desportivas Adidas e Aigle, entre outras que fornecem calçado técnico de protecção para forças militares dos EUA e bombeiros dos quatro cantos do mundo.


Fornos de Cal

Os fornos de Cal laboraram no concelho de Alcobaça, provavelmente desde a ocupação romana. Tinham como função “ cozinhar” o calcário, matéria-prima abundante na região, tendo em vista a produção de cal, utilizada não só na construção cívil, mas também para corrigir a acidez dos solos e para desinfectar. Hoje em dia o núcleo mais bem conservado, com cerca de 30 exemplares, encontra-se em Pataias, à espera de ser musealizado.


Frango na Púcara

Esta é uma das especialidades gastronómicas mais típica de Alcobaça, sendo já conhecida por todo o país. O Frango feito numa púcara de barro, com cebolas presunto, tomate e vinho do porto é acompanhado por batata frita.


Ginja de Alcobaça

Licor português por excelência, foi criado pelos monges, mestres na arte de trabalhar o açúcar e a fruta. Em Alcobaça o seu fabrico e exploração comercial tem sido uma constante ao longo das últimas décadas, tornando este produto emblemático tal como algumas das empresas que o produziram e produzem, nomeadamente a Alimentícia, Lda, a JEM, a Cister, a MSR e a Abbatiale. Ao longo da sua história a sua popularidade inspirou artistas e poetas. Cantada pelo povo das terras de Cister e também por Amália Rodrigues no fado A Tendinha.


Lenço de Alcobaça

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Lenço de Alcobaça, também referido simplesmente como alcobaça, é um grande lenço quadrangular, com fundo vermelho, azul ou amarelo, com barras em cores diversas, duplas ou simples, originalmente fabricado na vila de Alcobaça, Portugal, pela Real Fábrica de Lençaria e Tecidos Brancos de Alcobaça, estabelecida em 1774. A fábrica, fundada por uma sociedade mercantil dirigida pelos comerciantes lisboetas André Faria Rocha e António Rodrigues de Oliveira, foi vendida em 1792 a José Carvalho de Araújo e Julião Guillot Filho & Companhia. Durante a Terceira Invasão Francesa, em 1810, foi destruída por um incêndio.
Parte da indumentária do século XIX, tanto no Brasil como em Portugal, habitualmente era usado pelos camponeses e a cor preferida era o encarnado. No período entre 1815 e 1818, o Lenço “Tabaqueiro” torna-se “moda” na Cidade, o lenço de Alcobaça como era também chamado lenço tabaqueiro por ser usado principalmente pelas pessoas que cheiravam rapé (tabaco em pó), para limpar a secreção nasal provocada pela inalação da substância. Entretanto, em desuso continua a ser usado para adornar os trajes regionais de homem de várias zonas do país.


Códices Alcobacenses

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Colecção constituída por 461 códices provenientes da livraria do mosteiro cisterciense de Santa Maria de Alcobaça, inventariados na Biblioteca Nacional com a referência, de Códices Alcobacenses, pela qual ficaram entre os historiadores e investigadores conhecidos. A biblioteca Monástica de Alcobaça, abarcava as várias temáticas, desde os livros inerentes ao culto (missais, salmos, etc) a livros de registo à gestão desta abadia entre outros. Muitos deles manuscritos com ricas iluminuras, outros já impressos, pois o Mosteiro de Alcobaça possuiu uma das primeiras tipografias existentes em Portugal.


A Ourivesaria Sacra da Real Abadia de Alcobaça

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Pela primeira vez, desde a extinção das ordens religiosas em Portugal, um importantíssimo núcleo de peças proveniente do Mosteiro de Santa Maria de Alcobaça é reunido no Museu Nacional de Arte Antiga. Às obras pertencentes ao MNAA – três cálices românicos, uma cruz processional gótica e uma custódia do século XIV – e ao conjunto proveniente do Museu Nacional de Soares dos Reis – cruz e par de galhetas –, juntam-se agora duas outras peças, uma píxide (MNAA) e um par de castiçais (Museu Nacional de Machado de Castro), que, mercê de uma minuciosa investigação, puderam ser associadas a este Mosteiro, fundado em 1153 e um dos mais ricos da ordem de Cister.
O estudo e, particularmente, o trabalho de conservação desenvolvido conjuntamente pela Divisão do Laboratório José de Figueiredo-DMCC, DGPC, pelo Laboratório HERCULES, UE e pelo LNEG-UCTM-Laboratório de S. Mamede de Infesta permitem apreciar este conjunto extraordinário de peças do Tesouro da Real Abadia de Alcobaça.


Mosaico Romano de Cós

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Abril de 1902, o sr. Joaquim Neto Pires inicia a plantação de uma vinha em Pedrógão, na freguesia de Cós. Escondido sob a terra , que se esperava viesse a dar bom vinho, aparece aos poucos um piso de mosaico romano. Manuel Vieira Natividade foi alertado pelo Pároco do Valado dos Frades. Imagino-o a desejar resgatá-lo aos séculos e a transportá-lo para o seu sonho impossível, o Museu de Alcobaça arquitectado ao longo das suas descobertas arqueológicas no final do Sec. XIX no Carvalhal.
Neto Pires fez o seu preço mas o negócio não se fez e, de urgência, vem a mando de Leite de Vasconcelos, Director do Museu Etnológico Português, um técnico para ver o mosaico. Cinco dias após haver sido prevenido por Natividade Leite de Vasconcelos vem a Alcobaça para analisar o sítio arqueológico. A solução que propõe desde logo seria a da classificação e subsequente expropriação do terreno e conservar o mosaico no seu local de origem devidamente protegido.
O tempo burocrático tornava-se um risco para o mosaico, por isso, com os protestos de Manuel Vieira Natividade 144 caixas serão embarcadas na Estação do Valado par Belém onde chegam a 6 de Janeiro de 1903, em dois “wagons” de mercadorias. Diga-se que no período de quase um ano entre o achado e a transferência, o mosaico, que esteve meses perante o público na Sala dos Reis do Mosteiro, foi tratado e desenhado de acordo com os bons princípios técnicos disponíveis há cem anos.
O mosaico datável de finais do século II / inícios do século III d.C., executado em tesselas pretas e brancas, representando um busto radiado (eventualmente Apolo) no centro de um medalhão e motivos aquáticos ao redor de um krater num painel inferiormente justaposto, que integra a colecção do Museu Nacional de Arqueologia em Lisboa.

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